A Direção Regional da Cultura, através da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, na rúbrica “Raridades da Nossa Biblioteca”, apresenta a obra “Ilha de S. Jorge (Açores) - Apontamentos para a sua História” (Horta, Tipografia Minerva, 1902), de autoria de José Cândido da Silveira Avelar.
José Cândido da Silveira Avelar (Velas, ilha de São Jorge, 6 de setembro de 1844 – Horta, ilha do Faial, 3 de dezembro de 1905), foi um político, jornalista e historiador açoriano.
Desposou, a 24 de novembro de 1870, Ana dos Anjos Garcia Fialho, natural da freguesia Matriz da Horta, de quem teve duas filhas, falecidas em 1899.
Defensor dos ideais da Regeneração, foi afastado, pela vereação progressista, do cargo de escrivão do concelho que exercia na Câmara das Velas. Este fato, aliado ao zelo que dedicou à educação das duas filhas, contribuiu para que viesse a fixar-se na Horta a partir de janeiro de 1885.
Como jornalista, foi redator de “O Velense” de 1879 a 1885 e de “A Regeneração (2.ª série)”, a partir de 1900. Colaborou, com outros intelectuais de nomeada, na "Revista de Estudos Livres" (1883-1886), de orientação positivista, dirigida por Teófilo Braga.
Sustentou forte polémica historiográfica com João Duarte de Sousa, também jorgense e seu opositor político, sobre aquela ilha. Em resposta a uma obra publicada por Duarte de Sousa, publicou a “Ilha de S. Jorge (Açores) - Apontamentos para a sua História” (Horta, Tipografia Minerva, 1902), trabalho que é considerado uma interpretação mais abrangente e atual (à época) da história e da etnografia da ilha.
Em 1899 completou a obra “Genealogias dos Soares, Teixeiras, Pereiras, Silveiras, Cunhas, Lacerdas, Amarantes e outros da Ilha de São Jorge”, manuscrito composto por 63 fólios, sendo 20 de índices e os restantes de cartas genealógicas das famílias assinaladas no título. Este trabalho mantém-se inédito e, tal como os apontamentos que serviram de base à elaboração de “llha de São Jorge”, pode ser consultado na Biblioteca Pública e Arquivo João José da Graça.