A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro promove, de 2 de abril a 13 de setembro, a exposição O Cabido Atlântico de Angra: fronteira da expansão da fé e da Coroa.

No âmbito da exposição, terá lugar a Conferência “O Cabido ontem e hoje”, pelo Bispo da Diocese de Angra, D. Armando Esteves Domingues, pelas 18h30 no auditório da biblioteca.

Os cabidos são dos órgãos da organização e administração da igreja mais antigos, cujo modelo radica no fim da Idade Antiga e inícios da Alta Idade Média, quando os padres viviam em comunidade nas catedrais dos centros urbanos, formando colégios à volta dos bispos à semelhança dos cardeais com o Papa. A vida em comum, mesmo tendo desaparecido no século X, não apagou do clero das catedrais a obrigação de recitar o Ofício em comunidade.

O Cabido de Angra, nasceu com a Bula da Criação da Diocese, Aequum reputamus, a 3 de novembro de 1534. Estamos, pois, a comemorar o seu quadringentésimo nonagésimo ano de existência. Um dos seus principais objetivos é celebrar o culto mais solene das Catedrais, o que ainda hoje se perpetua. O Cabido de Angra, no meio do Atlântico, não só colaborou ativamente com os bispos que presidiram ao governo da Diocese, fornecendo o clero mais capaz para auxílio dos prelados, como também governou a mesma nos períodos de sede vacante, que não foram poucos, e ainda em alguns períodos por delegação episcopal. A autoridade senatorial dos cabidos foi também de um imprescindível auxílio à Coroa, sendo-lhe delegada uma multiplicidade de serviços para agilizar o bem não só espiritual, mas também material destes povos.