parque
Angra A
Angra B
Angra C
Tumulus - Angra C e D
Angra D
Angra E
Angra F
Angra G
Lidador
Run' Her
Cemitério das Âncoras
Canhões de Ferro
Vestígios dispersos
Angra A

Angra A corresponde a um naufrágio localizado entre o cais da Figueirinha e a Prainha e depositado a cinco metros de profundidade.
A mancha de destroços é visível ao longo de quarenta metros de extensão, composta por um aglomerado de pedras de lastro do navio, com 35 metros de comprimento por 11 metros de largura, que cobre grande parte dos vestígios de madeira do navio.
São ainda visíveis algumas peças estruturais em madeira, correspondentes a algumas cavernas e quilha do navio.
As madeiras sobreviventes apresentam-se bastante erodidas e perfuradas revelando marcas da presença de taredo navalis, um microorganismo que se alimenta de madeira.
A quilha aparenta ser de grandes dimensões, visível ao longo 5 metros fora da mancha do lastro, medindo 25 cm de altura por 20 cm de largura.
Topo
Angra B

Angra B corresponde a um naufrágio, localizado junto ao cais da Figueirinha e submerso a cinco metros de profundidade. Neste sítio é possível observar dois núcleos de destroços: o primeiro é composto por um aglomerado de pedras de lastro, com 15 metros de comprimento por 11 metros de largura; e um segundo, mais a norte, composto por pedras de lastro de menores dimensões, fazendo supor que este navio terá embatido no recife aqui localizado. Por baixo das pedras de lastro é possível observar algumas madeiras do casco do navio, como sejam a quilha, alguns peças do cavername e tabuado do forro interior e exterior. Este navio apresenta, como uma das suas características de construção o forro em chumbo, evidenciando uma construção naval de séc. XVII. Junto a este naufrágio é também possível observar uma pequena peça de artilharia em ferro e pequenos artefactos, como cerâmicas e balas em chumbo.
Topo
Angra C

O naufrágio denominado de Angra C foi localizado em 1996, tal como Angra D e o Run?Her, na sequência dos trabalhos de prospecção para a Avaliação de Impacte Arqueológico, da construção da marina de Angra do Heroísmo.

Durante esta intervenção foram efectuadas sondagens sistemáticas tendo-se localizado Angra C sob uma espessa camada de um metro de sedimento.
Em 1998 procedeu-se à sua escavação integral e à sua transladação para uma zona da baia fora do alcance das obras da marina.
Este casco revelou uma estrutura preservada em cerca de 13,5 metros de comprimento, por 5,5 metros de largura máxima, composta por parte do cavername, da quilha e do forro exterior.
Apresentava como características identificativas um forro exterior duplo e cavilhagem exclusivamente feita com madeira. Estas características levaram a concluir tratar-se de um navio de origem norte europeia, apontando para finais de séc. XVII.
Foram também recolhidos alguns artefactos, entre eles um caldeirão em bronze e um cachimbo de caulino.
Topo
"Tumulus" de Angra C e D

Os sítios arqueológicos de Angra C e Angra D foram integralmente escavados durante a intervenção arqueológica de 1998.
As peças integrantes dos dois navios foram registadas in situ e posteriormente retiradas para uma pallete de grandes dimensões, que foi transladada para uma zona da baía fora do alcance das obras da marina. Neste local foi criado um túmulo artificial para estas peças, que se encontram cobertas por sacos de areia que as protegem dos microorganismos e das intempéries.

Devido à urgência dos trabalhos de escavação, o registo pormenorizado das peças estruturais dos navios foi deixado para mais tarde, o que veio a ocorrer nas duas campanhas de 2000 e 2001, com a colaboração da Universidade do Texas A&M e do Institute of Nautical Archeology. As duas intervenções visaram a análise de pormenor das peças dos navios, com vista ao futuro estudo de arquitectura naval dos mesmos.
Topo
Angra D

Angra D foi localizado em 1996, tal como Angra C e o Run?Her, na sequência dos trabalhos de prospecção para a Avaliação de Impacte Arqueológico, da construção da marina de Angra do Heroísmo.

A localização fez-se através da detecção aproximada de massas metálicas, que conduziu à localização dos vestígios ferrosos do Run?Her e simultaneamente à detecção de um bordo do casco de Angra D, que se encontrava sob os restos da caldeira do Run?Her.
Este casco encontrava-se bastante bem preservado, depositado sob uma espessa camada de pedras de lastro e sedimento arenoso. Media no total 35 metros de comprimento, por uma largura máxima de 10 metros e mínima de 7 metros, com uma orientação E-W, paralelo à linha de costa e a 6,5 metros de profundidade.

O lado estibordo do navio, cujo bordo se encontrava bem preservado, assim como o cadaste até à projecção da popa, todo o cavername, a quilha, a sobrequilha e carlinga do mastro. O tipo de construção naval aponta para um navio de séc. XVII, de origem ibérica, muito provavelmente hispânica.
Durante esta escavação foram recolhidos inúmeros artefactos que têm ajudado na datação deste navio, como é o caso do mercúrio. A tipologia da grande maioria das cerâmicas encontrada aponta para uma cultura material de inícios de séc. XVII e também de origem hispânica.
Além destas, muitos outros artefactos foram recolhidos, sendo reveladores da vida a bordo e de um contexto material de séc. XVII.
Angra D, tal como Angra C foram totalmente desmantelados, transladados para fora do alcance das obras da marina e depositados num túmulo artificial, na baía de Angra do Heroísmo, encontrando-se ainda em estudo.
Topo
Angra E

Angra E localiza-se no interior da baía de Angra, entre Angra A e Angra B, sendo visíveis três núcleos com madeiras. Um dos núcleos é composto pelo que aparenta ser um cadaste com cerca de 2,40 metros de altura por 4,35 metros numa das bases e por 5,45 metros no topo. Num segundo núcleo encontra-se outra peça em madeira, onde é possível distinguir uma escarva e cavilhas também em madeira. Num terceiro núcleo é possível distinguir dois topos de madeiras de pequenas dimensões, enterradas no sedimento. Foi recuperado deste local um caldeirão em bronze, um cabo de faca em osso e alguns fragmentos cerâmicos.
Topo
Angra F

Angra F encontra-se junto ao naufrágio do Lidador, a cerca de 8 metros de profundidade e é composto por uma extensão de pedras de lastro de mais de 30 metros.
Foram registadas algumas peças com madeiras estruturais do navio, que aparentam pertencer à parte da sobrequilha e carlinga do mastro, com cerca de 4,40 metros de comprimento.
Estas estruturas encontram-se cobertas por uma espessa camada de pedras de lastro.
É também possível distinguir alguns fragmentos cerâmicos em volta do casco.
Topo
Angra G

Angra G foi o último núcleo arqueológico a ser descoberto na baía de Angra, na sequência dos trabalhos de Carta Arqueológica de 2004.
Durante esta campanha com recurso ao submarino Lula da fundação Rebikoff-Nigeller, que possibilitou a prospecção na baía de Angra em zonas profundas, localizou-se este naufrágio a cerca de 50 metros de profundidade. Este núcleo é composto por uma mancha de vestígios arqueológicos onde foi possível distinguir duas grandes âncoras, madeiras, concreções, artefactos diversos e uma grande quantidade de pequenos búzios brancos, denominados de cauris ou búzios da Índia.
Este artefacto permitiu apontar uma datação para este contexto, devendo pertencer a um dos muitos naufrágios da carreira da Índia (séc. XVI-XVII) ocorridos na baía de Angra.
Topo
Lidador

Durante a curta carreira, o Lidador realizou várias viagens entre as ilhas e o Brasil, transportando, especialmente, passageiros e carga diversa.

Ancorado ao largo da cidade de Angra do Heroísmo, a 6 de Fevereiro de 1878, o Lidador foi atingido pelo perigoso vento de Sueste, conhecido localmente como ?vento carpinteiro?. Tentando escapar, rumando ao mar alto, o Lidador embateu num baixio, defronte da fortaleza de São Sebastião, abrindo um rombo no casco, que lhe apagou a caldeira.

Impotente para navegar pelos próprios meios, o navio derivou para Oeste, acabando por encalhar paralelamente ao Cais da Figueirinha. Afunda-se, então, a 8 metros de profundidade, cerca de 50 metros da costa. Os náufragos foram evacuados por botes e pela lancha da cidade, tarefa dificultada pela agitação do mar, sentida no interior da baía.

Actualmente, o Lidador encontra-se esmagado e fragmentado. É possível observar um aglomerado de destroços, formado por tubos e placas encurvadas de ferro e pelos restos da caldeira do navio. Surpreendentemente, o Lidador transportava uma enorme quantidade de lastro de pedra no porão de vante, uma curiosidade para um navio relativamente moderno, já que a utilização de lastros de ferro, cimento ou chumbo libertaria mais espaço para carga nos seus porões.

Como parte do casco ainda se encontra em bom estado, o Lidador constitui um bom exemplo da navegação do século passado, sendo um testemunho daquele que foi um dos últimos naufrágios a ocorrer na Baía de Angra.
Topo
Run?her

O Run?her foi construído em 1863, pelos estaleiros navais Ingleses - John & William Dugeon e tinha como destino a participação na guerra civil americana. Pertencia a uma frota de quatro furadores de bloqueio, que carregavam equipamento destinado à construção de minas navais e de detonação eléctrica. O Run?Her saiu de Inglaterra rumo à América escalando Angra. Veio a naufragar a 5 de Novembro de 1864, devido a um erro de manobra do seu capitão, Edwin Courtenay.
Este navio possuía cerca de 70 metros de comprimento, 8 metros de boca e 3,5 metros de calado. Durante a prospecção sistemática realizada em 1996, na sequência dos trabalhos de prospecção para a Avaliação de Impacte Arqueológico da construção da marina de Angra do Heroísmo foi possível identificar uma das caldeiras, que se encontrava sobre o casco do navio Angra D.
Também foram localizadas algumas das placas de chumbo que transportava para a fabricação de munições. Um pouco por toda a área do naufrágio foi possível localizar uma mancha de dispersão de vestígios pertencentes ao Run?Her.
Topo
Cemitério das Âncoras

No sítio ?Cemitério das Âncoras? é possível observar diversas tipologias de âncoras, que se encontram depositadas ao longo da costa oriental do Monte Brasil. São testemunho das manobras desesperadas dos navios em apuros que, na iminência de naufrágio, cortavam as amarras, largando para o alto mar. Assim tentavam escapar ao traiçoeiro vento de Sueste, conhecido por ?vento carpinteiro? e que fazia arrojar contra a costa os navios cuja madeira era posteriormente usada na construção de edifícios da cidade. São também testemunhos que revelam erros de ancoragem cometidos por capitães inexperientes e que ignoravam a natureza vulcânica do fundo da baía. Deste modo viram os seus ferros irremediavelmente perdidos nas reentrâncias rochosas do fundo. Só uma ínfima parte destas âncoras poderá ser resultado de naufrágio.

Depositadas entre a cota dos ?15 a ?35 metros de profundidade o conjunto de âncoras estende-se por uma área de cerca de 500 metros ao longo do Monte Brasil, entre o Forte de S. Benedito e a Ponta do Farol.
Topo
Canhões

A Baía das Águas é considerada como um dos locais do porto de Angra onde se registaram mais naufrágios. A sua restinga de pedra, junto ao Forte de S. Sebastião sempre foi uma perigosa armadilha para os navios que escalavam Angra.

Nesta zona encontram-se identificados até à data um núcleo de canhões em ferro.
Topo
Vestígios Dispersos

Um pouco por toda a baía de Angra são encontrados vestígios arqueológicos, oriundos dos muitos navios que aqui escalaram ou se perderam. È frequente encontrar-se fragmentos de peças cerâmicas no fundo da baía, indicando zonas de despejo de cargas ou até mesmo possíveis naufrágios.
Numa das zonas da baía identificam-se diversas peças correspondentes a loiça inglesa de séc. XIX.
Topo