Conferencista Doutora Marisa Filipe
O Museu de Angra do Heroísmo segue com o seu ciclo de conferências, desta vez, com uma comunicação dedicada à espionagem durante a Segunda Guerra (1939-1945). Na Segunda Guerra Mundial, Hitler, Roosevelt e Churchill planearam ocupar os Açores para estabelecer nas ilhas bases aéreas e navais. A posição privilegiada no meio do Atlântico tornava-as num local estratégico tanto para o Eixo, como plataforma para um ataque e invasão dos EUA, como para os Aliados, que planeavam usar as ilhas para contra-ataque dos afundamentos alemães aos barcos e submarinos britânicos. Salazar evitou a concessão das ilhas até 1943 alegando, por um lado, a neutralidade, porém, não impediu uma decisão tomada de acordo com a Inglaterra e, por outro lado, a reafirmação da soberania portuguesa sobre o território. Mas a neutralidade não impediu que se operassem nas ilhas redes muito ativas de espionagem alemã, apoiados por informadores, que provocaram várias tensões diplomáticas. O elevado número de espiões, denunciados pelos britânicos, a atuar nas ilhas sob o olhar atento do MI6 e da PVDE, colocou em causa a mais antiga aliança diplomática do mundo, a aliança luso-britânica. Através da documentação guardada nos arquivos do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), esta conferência revelará os espiões que atuaram nas ilhas, os locais onde trabalhavam, as suas missões, motivações e modus operandi. Como num jogo de xadrez, qualquer jogada era pensada com cuidado e qualquer jogada poderia levar à ocupação das ilhas e, em última análise, mudar o rumo da guerra.
--
MUSEU DE ANGRA DO HEROÍSMO
NÚCLEO DE HISTÓRIA MILITAR MANUEL COELHO BAPTISTA DE LIMA . 20H00
Acesso livre