Nos meses de setembro e outubro, a oficina de Conservação e Restauro no âmbito dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões, escolheu como tema expositivo Da Índia Portuguesa para a Europa, para a mostra “Documento do Mês”, retratando a arte Lusíada na vertente Indo-Portuguesa.
Os costumes, trajes, as peças de usos doméstico e a iconografia cristã, levados pelos portugueses para o território indiano, assim como a sua presença contínua durante vários séculos, influenciou os artesãos indígenas dando assim origem a uma nova expressão artística denominada de Indo-Português. As composições minuciosas de embutidos e marchetaria, e a utilização de materiais nobres e raros como madeiras exóticas (Teca, Sissó, Ébano), marfim, madrepérola, tartaruga (placas da carapaça), metais (prata e cobre), lacas coloridas, tinta dourada e pedras semipreciosas, fez com que todos aqueles que regressavam a Portugal, levassem consigo várias peças, que rapidamente se tornaram um objeto de luxo quer pelo seu exotismo, quer pela sua raridade, tanto em Portugal como nas grandes cidades europeias.
Neste momento expositivo, a oficina de Conservação e Restauro apresenta algumas ilustrações de estilo indo-português, nomeadamente mobiliário (contadores, mesas, cadeiras, camas), objetos de pequenas dimensões (cofres, caixas, escritórios, tabuleiros), esculturas e objetos religiosos, assim como as técnicas e materiais usados nesta expressão artística.