1 Caldeira vulcânica localizada no topo do Vulcão de Santa Bárbara na ilha Terceira. Este vulcão é o mais ocidental de quatro grandes edifícios vulcânicos do tipo central existentes na ilha. O aparelho vulcânico de Santa Bárbara tem 12 a 14 km de diâmetro ao nível do mar e eleva-se até à altitude de 1021 m. A forma, em tronco de cone, resulta do colapso da porção superior que truncou o topo do edifício. O colapso deve ter ocorrido em mais do que um episódio conforme se pode deduzir da forma irregular da depressão da caldeira e pela existência de várias fracturas de colapso embutidas ou coalescentes.
A caldeira tem diâmetro máximo de 3 km, entre o vértice geodésico de Serra Alta das Doze e o bordo leste da depressão, enquanto que a depressão central não ultrapassa 1750 m de diâmetro maior. O fundo daquela encontra-se a altitudes de 820/830 m, apresentando profundidade entre 80 e 180 m. O interior da caldeira encontra-se quase totalmente preenchido por seis domas de natureza traquítica e traquibasáltica posteriores ao último episódio de colapso e alinhados sobre falhas com orientação WNW-ESE.
Os terrenos em torno da caldeira estão cobertos por depósitos de pedra pomes, com espessuras variáveis, e alinhamentos de domas, emitidos no decurso de erupções recentes. As datações de radiocarbono (14C) disponíveis indicam idades de 3.100 a mais de 6.000 anos para as pedra pomes, enquanto que uma parte dos domas e derrames associados é mais recente que aqueles depósitos. A pedra pomes mais moderna cobre parcialmente a fractura que limita externamente a caldeira, indicando que o episódio de colapso (incompleto) que gerou a estrutura é anterior à erupção pliniana que originou aqueles depósitos. José Madeira
2 Cone vulcânico com 906 m de altitude, formado por materiais piroclásticos e escoadas lávicas, situado na freguesia de Ribeiras, no espinhaço central da ilha do Pico, a sul do cabeço Caveiro, sobranceiro à povoação. M. Eugénia S. de Albergaria Moreira (2001)
A área designada Caldeira de Santa Bárbara, na ilha do Pico, corresponde a uma zona deprimida com fundo levemente inclinado para sul, limitada deste lado pela escarpa da Falha do Topo, a oeste pelo relevo do Topo e a norte por cones vulcânicos muito degradados, encontrando-se aberta a leste. Esta depressão pode corresponder a uma caldeira vulcânica resultante do colapso da porção superior do vulcão do Topo ou a um escorregamento da vertente NE daquele edifício vulcânico. As suas formas muito degradadas não permitem, contudo, chegar a uma conclusão.
O relevo do Topo, no qual se insere aquela forma topográfica, corresponde aos restos de um edifício vulcânico anterior à actividade fissural que edificou a região oriental da ilha do Pico. Aquele antigo vulcão escudo (com aproximadamente 250 mil anos), constituído quase exclusivamente por derrames basálticos, encontra-se actualmente muito destruído pela erosão, recortado pela tectónica activa e parcialmente coberto pelos produtos vulcânicos mais jovens. José Madeira (2001)