[N. Lisboa, 18.10.1818 ? m. Sintra, 22.8.1886] Foi um conhecidíssimo autor teatral com êxitos sucessivos nos teatros da capital, músico e poeta. Na política foi cabralista e neo-cartista e saiu-se brilhantemente no jornalismo político como redactor da Restauração da Carta em polémica com a Revolução de Setembro. No tempo da guerra civil da Maria da Fonte lutou pelos cabralistas e organizou os batalhões de voluntários cartistas em Viana do Castelo. Foi também bibliotecário da Biblioteca Nacional.
Com a Regeneração enfileirou-se nas listas da oposição, distinguindo-se de novo no jornalismo político. Desfeito o Partido Cartista passou para o Progressista-Histórico, do duque de Loulé, de cujos governos foi em 1862 ministro da Marinha e em 1869 da pasta dos Negócios Estrangeiros.
Com a revolução de 1870, chefiada por Saldanha, Mendes Leal desinteressou-se da política e dedicou-se à carreira diplomática. Em 1881 foi nomeado para o Conselho de Estado, na vaga pela morte do duque de *Ávila e Bolama.
Foi várias vezes eleito deputado, primeiro por Beja (1851-1852), depois por Mafra (1861 e 1865), quando já era filiado no Partido Progressista-Histórico. Foi então na legislatura de 1865-1868 eleito deputado pelo círculo uninominal de Ponta Delgada e também no de 1868-1869 e de 1869-1870, sempre pelos Históricos. Foi, porém, um deputado de conveniência partidária e nunca conheceu sequer os Açores.
As circunstâncias políticas das suas eleições nos Açores foram estudadas por Victor Rodrigues. J. G. Reis Leite
Bibl. Grande Enciclopédia Luso-Brasileira (s.d.). Lisboa, Ed. Enciclopédia, XVI: 893-895. Rodrigues, V. L. G. (1985), A geografia eleitoral dos Açores de 1852-1884. Ponta Delgada, Universidade dos Açores.