Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

De entre a diversidade de tipologias documentais que podem encontrar-se nos arquivos de família e pessoais, as fotografias e representações iconográficas em geral chamam sempre a atenção pelas suas características, enquanto que os documentos textuais, eminentemente valiosos pelo seu conteúdo, exigem análise mais detalhada e, quase sempre, munida de conhecimento relativo à caligrafia e à redação.

Como documento deste mês, apresenta-se uma fotografia (prova fotográfica em albumina) pertencente ao Arquivo Tavares Carreiro, mais propriamente à secção que reúne documentos relativos à sua mulher, Georgina Pamplona Forjaz, e que ilustra uma atividade ainda hoje praticada e apreciada nos meses de Verão, o piquenique. Aliando o momento de refeição ao convívio em família e amigos num ambiente rodeado de natureza, a prova escolhida evidencia a longa duração deste ritual de veraneio. Nela vemos os principais componentes de um piquenique, de uma forma algo encenada: a refeição ao centro, o grupo em redor e o ambiente de mata, local ainda escolhido na atualidade, embora agora munido de estruturas para facilitar a refeição, como mesas, coberturas, zonas de churrasco e lavatórios com água potável. O convívio parece ser acompanhado ao som de música de um bandolim e de um banjo, uns escolhendo relaxar e outras bordar.

Esta prova encontra-se inserida num álbum de família que certamente pertencia a Georgina Pamplona Forjaz[1]. Neste, e noutros álbuns, podem encontrar-se muitos outros retratos, individuais e de grupo, com diversas atividades como idas ao teatro (inclusive das próprias representações teatrais em cena), cortejos, jardins públicos, passeios pela ilha Terceira e por São Miguel, práticas desportivas (p.e., partida de ténis), touradas e uma pequena reportagem referente ao Carnaval de 1922 na ilha Terceira[2].