Cada espaço transmite significados e sentidos únicos. Quando mencionamos lugares mais pequenos, podemos de igual modo falar em redes coesas e com importância para a identidade cultural das comunidades, como são exemplo as festividades em torno dos Impérios do Divino Espírito Santo na ilha Terceira, Açores, construções que se demarcam no território - 70 edifícios, espalhados por uma área de cerca de 402km², e que apresentam uma tipologia única. Maioritariamente edificados no decorrer do séc. XIX são elementos de significativo interesse histórico, arquitetónico e patrimonial, que se apresentam como parte integrante da paisagem da ilha, decorrendo em seu redor, e durante vários dias, celebrações imbuídas de um ideal caritativo, religioso, ritualista e também profano.
Importa compreender a relação desta rede de edifícios religiosos com o território, o lugar, o espaço, e principalmente, destes com as suas gentes. Falaremos deles enquanto conjunto e base de uma rede fundamental na expressão da espiritualidade no contexto da identidade da comunidade terceirense.
Nota Biográfica
Beatriz Martins Corvelo, nasceu em 1995 em Angra do Heroísmo, é licenciada em Gestão do Património pela Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto desde 2017, Mestre em Arte e Património pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra desde 2019, com o “PROJETO CIS: CENTRO INTERPRETATIVO DA SOFIA", que pretendeu contribuir para a valorização e consequente proteção do edificado colegial da Rua da Sofia, em Coimbra. Encontra-se no terceiro ano do doutoramento em História da Arte da Universidade de Évora, onde desenvolve a tese, “Do “Theatro ao Império: a memória espiritual e arquitetónica dos espaços de culto ao Divino Espírito Santo.”