Segundo a crença popular, esta medalha tinha a virtude de, quando colocada ao pescoço das crianças recém-nascidas, impedir que as “feiticeiras” lhe viessem chupar o sangue (sic), transformadas em aranhas que desciam sobre o berço do bebé através de teias, num período de oito dias após o nascimento. Após este prazo, a criança ficaria a salvo. Tratava-se de um objeto raro e de muita procura, que as mães pediam emprestado a quem o possuía. Acreditava-se que, sem esta proteção, os bebés teriam, inevitavelmente, o seu sangue chupado, correndo então grave perigo, inclusivamente, de morte.
Quebranto é um conceito geralmente definido como um estado mórbido atribuído pela crendice popular ao mau-olhado. Envolve abatimento, enfraquecimento, prostração e morbidez e considerava-se que podia chegar a provocar efeitos graves na saúde física e mental da pessoa atingida. Neste sentido, uma medalha de quebranto é, antes de mais, um símbolo de proteção, no âmbito de um sistema mágico-religioso. Esta peça, integrada na Unidade de Gestão de Memorabilia, Colecionismo e Miniaturas, do Museu de Angra do Heroísmo, é uma medalha em liga metálica, de cor amarela-esverdeada, com diversas gravações e símbolos esotéricos em ambas as faces. Numa das faces, as gravações remetem para símbolos ligados ao antigo Egipto.
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A medalha é acompanhada por um texto datilografado que pretende explicar a crença subjacente.