Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Botelho, Emanuel Jorge Ferreira da Cruz

[N. Ponta Delgada, 11.8.1950] Licenciou-se em Ciências Político-Sociais e seguiu a carreira de professor. Contudo, tem-se distinguido como poeta e animador cultural. Faz parte do Grupo de Intervenção Cultural Açoriano (GICA) e fundou e dirigiu, conjuntamente com Eduardo Bettencourt Pinto, a revista *Aresta (1980-1984). Coordenou o suplemento literário ?Raiz?, do jornal Correio dos Açores. Muitos dos seus poemas são publicados em tiragens artesanais e imaginativas, tendo raramente publicado um livro tradicional.

Como poeta pode-se considerar de vanguarda, utilizando uma escrita provocadora e mergulhando nas estilísticas surrealistas. É admirador confesso de Mário Cesariny de Vasconcelos, de António Maria Lisboa e de Ângelo de Lima e um dos seus livros foi prefaciado por José Sebag.

Gravemente doente, diminuiu a sua capacidade de intervenção. J. G. Reis Leite (2002)

Obras principais. (1978), Consciências de Mim que a Ti Devo. 2ª ed., Ponta Delgada, ed. do autor [pref. de António Machado Pires]. (1978), Agite Antes de Usar. Ponta Delgada, ed. do autor [pref. de José Sebag]. (1981), Mas o território Não é o Mapa. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1982), Cesuras. Lisboa, Imp. Nacional/Casa da Moeda. (1984), As Mãos, as Crinas. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1988), Asas e Penas. Lisboa, & Etc. (1996), Perguntas Queimadas. Guimarães, Ed. Bumerangue.

 

Bibl. Carvalho, R. G. (1979), Antologia Poética dos Açores. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura: 443.

 

 

Adenda
(…)
Tem uma vasta produção literária, reunida em vários livros de prosa e poesia e em colaborações dispersas por diversas revistas nacionais e estrangeiras. Em 2017, as crónicas foram reunidas em Letras Lavadas. Muitos textos dispersos surgiram em revistas (Telhados de Vidro, Cão Celeste), integraram antologias (Língua Morta, Companhia das Ilhas), surgiram em folhas de autor assinadas apenas por si ou com outro(s).
Foi homenageado na primeira edição do encontro literário Arquipélago de Escritores, que decorreu em Ponta Delgada, de 15 a 18 de novembro 2018, com a curadoria do escritor Nuno Costa Santos.
A sua obra é caracterizada pela interseção de géneros, a transmigração de ferramentas de um campo para outro, estando presentes o imaginário da pintura, o teatro e o mar.
Publicou, entre outros, Ossos Dentro da Dinza, Fecho as Cortinas, e Espero e A Giz de Alfaiate.
Foi professor e está atualmente aposentado. Ranu Costa (2022)