Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Luz, Dinis da (D. da L. de Medeiros)

[N. S. Pedro do Nordestinho, S. Miguel, 8.9.1915 ? m. ibid., 20.12.1988] Sacerdote, poeta e jornalista. Enquanto aluno do seminário de Angra, colaborou no jornal A União, usando o anagrama DAZUL. Foi ordenado sacerdote em 1938 e trabalhou como prefeito num colégio de Ponta Delgada. Pelas capacidades jornalísticas evidenciadas, partiu para Lisboa, a mando da diocese com o objectivo de adquirir experiência. A hipótese de regressar aos Açores ficou inviabilizada por pressão do director do jornal católico A Voz, onde trabalhou como redactor entre 1940-1970. Por motivos de doença e mudanças no jornal, que se transformou no órgão da União Nacional, com novo título, regressou ao Nordeste. Mesmo assim, naquele período não deixou de colaborar nos mais variados periódicos açorianos (A Ilha, A União, Açoriano Oriental, Diário dos Açores, Correio dos Açores, A Crença) e de outros do continente (Diário de Lisboa, Sol, Novidades e nas revistas Século Ilustrado, Lúmen e Acção). Escreveu crónicas sobre os Açores para o The Catholic Register, de Meliapor, Diário de Notícias, de New Bedford, com uma campanha a favor dos emigrantes. Durante a II Guerra Mundial manifestou simpatia pelos Aliados, sendo apodado pelos germanófilos de «sacerdote estalínico». No campo literário escreveu poesia, contos e ensaios, inserindo-se no panorama literário do modernismo, com expressão formalmente clássica. O seu primeiro livro de poesia apresenta textos escritos entre os 13 e os 16 anos. Foi membro do Instituto Cultural de Ponta Delgada e condecorado com a medalha da Liberdade do rei Jorge VI de Inglaterra e com o grau de Oficial da Ordem de Leopoldo II, da Bélgica. Faz parte da toponímia do Nordeste. Carlos Enes

Obras principais. (1939), Ponta da madrugada. Angra do Heroísmo, Tip. Andrade. (1944), Antes de vir a noite. Lisboa, Of. Artes Gráficas. (1945), De Deus e do Homem (antologia de Pascal com tradução, prefácio e notas). Lisboa, Bertrand Editora. (1945), Grandeza e miséria. Lisboa, Pró Domo Ltd. (1958), Asas de Natal e mais sete poemas. Lisboa, Editora Império Limitada. (1979), A sereia canta nos portos. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura. (1979), Coisas da censura e um artigo para «inquietar» toda a gente. S.l., União Gráfica Angrense. (s.d.), Destinos no mar. Lisboa, Portugália Editora.

 

Bibl. Maciel, M. J. (1999), Imagens de mulheres (estudo das representações femininas nos provérbios açorianos e nos contos de Dinis da Luz). S.l., Câmara Municipal das Lajes do Pico, Nova Gráfica: 130-131. Melo, L. (1990), Dinis da Luz sob o signo da insularidade. 2.a ed., S.l., Câmara Municipal do Nordeste. Pereira, J. A. (1939), Padres Açoreanos. Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense: 82. Silva Júnior, J. (1990), Padre Dinis da Luz ? apontamentos sobre a sua vida e obra. 2.a ed., S.l., Câmara Municipal do Nordeste. Silveira, P. (1977), Antologia de poesia açoriana do século XVIII a 1975. Lisboa, Sá da Costa: 263.