[N. Ribeira Grande, ilha de S. Miguel, 20.5.1848 ? m. Porto, 5.9.1924] Estudou no liceu de Ponta Delgada, matriculando-se de seguida na Universidade de Coimbra de onde saiu bacharel em Medicina (1879). Fixou-se no Porto (Foz do Douro) 1885, depois de ter exercido clínica em várias terras de província. Foi, na cidade Invicta figura conhecida como vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia, presidente do Hospital de Santo António, provedor da Ordem Terceira, além de presidente da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras.
Democrata e republicano, desde muito jovem participou activamente na propaganda da causa, teve filiação no Partido Republicano Português, integrando mesmo a Comissão Consultiva em 1897 e 1899 e mais tarde aderiu ao Partido Unionista. Foi o primeiro governador civil republicano do Porto (1910) e voltou a sê-lo em 1917-1918 e também vice-presidente e presidente da Câmara da cidade.
Foi eleito deputado (1911-1915 e 1918-1919) durante o sidonismo, tendo presidido à Câmara dos Deputados em 1918. Por influência de Manuel de Arriaga ocupou a pasta do Fomento durante o governo da ditadura de Pimenta de Castro (1915).
Além da política foi um poeta de mérito, mas só publicou um livro. A sua poesia de inspiração romântica reflecte contudo os novos gostos que despontavam e contém nota de realismo de protesto social, aproximando-se até do parnasianismo, como aprecia Pedro da Silveira. J. G. Reis Leite
Obra. (1876), Ondulações. Coimbra, Imprensa Académica [2.ª ed., Porto, Liv. Fernando Machado, 1965].
Bibl. Carvalho, R. G. (1979), Antologia Poética dos Açores. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, I: 127-130. Marques, A. H. O (coord.) (2000), Parlamentares e ministros da Primeira República (1910-1926). Lisboa, Assembleia da República: 352. Silveira, P. (1977), Antologia da poesia açoriana do século XVIII a 1975. Lisboa, Sá da Costa: 164-165.