Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Sá, Daniel Augusto Raposo de

[N. Maia, S. Miguel, 2.3.1944] Viveu em Santa Maria de 1946 a 1959. Fez o Curso Geral dos Liceus até ao 4º ano no Externato de Santa Maria, e o 5º ano no Externato Ribeiragrandense. Curso do Magistério Primário (Escola do Magistério Primário de Ponta Delgada, 1960/1962). Leccionou de 1962 a 1966, nos Fenais da Ajuda, cumprindo a seguir o serviço militar nas Caldas da Rainha, Tavira e Arrifes (S. Miguel). Depois de um ano como professor na escola do ensino básico da Maia, partiu para Espanha, onde fez o noviciado em Moncada, Valência, onde estudou Filosofia. Frequentou Teologia no Seminário Diocesano de Valência e na Faculdade de Teologia de Granada. Em finais de 1973 regressou a S. Miguel, passando pela escola do ensino básico de S. Brás. A partir do ano lectivo de 1974/75 leccionou, até à aposentação, na escola da Maia.

Exerceu vários cargos públicos. Entre outros, foi Secretário Regional (equivalente a director regional) da Comunicação Social e Desporto, na Junta Regional dos Açores; deputado nas primeiras duas legislaturas da Assembleia Regional; vereador da Câmara Municipal da Ribeira Grande; e membro da Assembleia Municipal deste concelho.

É um dos escritores açorianos que com mais frequência escolhem cenários não açorianos para situar geográfica e socialmente as suas obras, se bem que raramente viaje para fora do arquipélago. Além disso, normalmente adapta a sua escrita aos tempos históricos e à cultura das personagens. A sua escrita, reveladora de vasta erudição, é muitas vezes ilustrada com histórias reais perspicazmente captadas na ilha, sobretudo na sua Maia.

Ganhou o prémio Nunes da Rosa, da Secretaria Regional de Educação e Cultura, com a novela Um Deus à Beira da Loucura, e foi por duas vezes vencedor do prémio Gaspar Frutuoso, de Literatura, da Câmara Municipal da Ribeira Grande. Primeiro com Crónica do Despovoamento das Ilhas e depois com A Terra Permitida.

O seu livro Ilha Grande Fechada, juntamente com outros de autores também açorianos, fez parte de uma tese de doutoramento sobre Literatura Açoriana e Emigração, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre. O mesmo romance serviu de tema para duas teses de mestrado naquela Universidade, merecendo, em ambos os casos, um elogio do próprio júri. Foi o criador dos Encontros de Escritores Açorianos, tendo organizado os primeiros três, que se realizaram na Maia. É colaborador da imprensa, sobretudo açoriana, desde 1964. Com frequência colabora em blogues publicando versos humorísticos com muita verve. Por vezes as suas colaborações surgem sob a forma de imitação intencional dos estilos de grandes escritores. Onésimo Teotónio Almeida

Obras principais. (1982), Génese. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, colecção Gaivota [novela]. (1985), Sobre a Verdade das Coisas. Maia, Junta de Freguesia da Maia [contos, 2.ª edição, Junta de Freguesia da Maia, 2000]. (1987), O Espólio. Ponta Delgada, Signo [novela]. (1987), A Longa Espera. Ponta Delgada, Signo [contos].(1988), Bartolomeu. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação [teatro]. (1990), Um Deus à Beira da Loucura. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura. Colecção Gaivota [novela]. (1992), Ilha Grande Fechada. Lisboa, edição Salamandra [romance]. (1993), A Criação do Tempo, do Bem e do Mal. Lisboa, Salamandra [ensaio]. (1995), Crónica do Despovoamento das Ilhas [e outras cartas de El-Rei]. Lisboa, edição Salamandra [crónicas históricas]. (1997), E Deus Teve Medo de Ser Homem. Lisboa, Salamandra [novela]. (2003), As Duas Cruzes do Império. Lisboa, Salamandra [romance]. (2003), A Terra Permitida. Lisboa, Salamandra [romance]. (2003), Açores (colecção Monumental e Turística), edição bilingue (Português e Inglês). 2003, Everest. (2007), O Pastor das Casas Mortas. S.l., Ver Açor [novela, traduzido para Inglês]. (2007), Santa Maria, a Ilha-Mãe. S.l., Ver Açor [edição bilingue (Português e Inglês)].

 

 

Adenda
[(..) – m. Ribeira Grande, 27.05.2013]. Ranu Costa (2022)