[N. Angra, baptizado 3.7.1589 ? m. ?, 1670] Morgado de uma das mais importantes casas vinculares da cidade, era capitão-mor de Angra quando se deu a Restauração em 1641. Cunhado de Francisco Ornelas de Câmara, aderiu rapidamente ao pedido de seu cunhado para coadjuvar na missão que trazia de Lisboa de aclamar nos Açores D. João IV e de subjugarem o castelo de São Filipe. Foi encarregado de ir às ilhas de baixo promover a aclamação de D. João IV e assegurar apoios em tropas e munições, missão que cumpriu com êxito.
Comandou com o cunhado as milícias no cerco ao castelo e foram ambos nomeados governadores de guerra a 8 de Maio de 1641. Com o fim do cerco e a rendição castelhana foi ele que governou o castelo até à chegada do general Saldanha, a quem entregou as chaves da fortaleza em Março de 1642.
Foi recompensado pelo novo monarca com a comenda de Santa Maria de Tondela (1658) e era fidalgo da casa real e cavaleiro professo na Ordem de Cristo (1633).
Casou com D: Joana de Bettencourt, herdeira dos vínculos de Jorge de Lemos, entrando assim nesta família o solar da Madre de Deus, um dos mais importantes de Angra e casa emblemática dos Bettencourt, hoje residência oficial do Representante da República. J. G. Reis Leite
Bibl. Forjaz, J. e Mendes, A. (2007), Genealogias da ilha Terceira. Lisboa, Dislivro, II: 26. Maldonado, M. L. (1990), Fenix Angrence. Angra do Heroísmo, Instituto Histórico da Ilha Terceira, II: 139 e segs..