[N. Sé, Angra do Heroísmo, 12.12.1882 ? m. Lisboa, 18.7.1960] Diplomata. Iniciou os seus estudos secundários no Liceu da Horta, em 1895, vindo a diplomar-se pelo Curso Superior de Letras. Foi nomeado professor provisório daquela escola (1908) e professor de língua e literatura portuguesas nas escolas que o governo português estabeleceu junto da ?colónias? portuguesas em Honolulu (Hawai) (1915) e Boston (Estados Unidos da América) (1917). A sua transferência para esta escola foi mandada demorar por ter sido encarregado da gerência do consulado de Portugal em Honolulu. Em 1920, foi aprovado em concurso para o quadro diplomático e consular tendo sido colocado, sucessivamente, em Nova Iorque, como vice-cônsul de 1ª classe (1921); em S. Francisco da Califórnia, como cônsul (1924); em Cantão (1927), não tendo tomado posse por ter sido colocado na Direcção Geral dos Negócios Comerciais e Consulares, como segundo-secretário de legação (1927); em Havana, como cônsul-geral (1929), encarregado de negócios, interino, no mesmo ano; em Casa Branca (1935), não tendo tomado posse; em Boston, como cônsul (1935); e em S. Francisco, como cônsul (1939).
Aprovado no concurso para cônsules de 1ª classe, em 1944, foi colocado nos consulados de S. Paulo (1945) e Barcelona (1946) e, neste ano, na Secretaria de Estado, continuando a gerir, em comissão, aquele consulado até 1948. Foi desligado do serviço e colocado na situação de aposentado a partir de 13.12.1952.
Em S. Francisco (1924-1927), o seu trabalho despertou o interesse da comunidade portuguesa que passou a conhecê-lo como o ?grande cônsul?. Quando do sismo que em 31 de Agosto de 1926 destruiu parcialmente a cidade da Horta, promoveu, na Califórnia, uma campanha benemérita que ultrapassou 10 mil dólares. No ano seguinte (1927), foi louvado «pelo zelo, actividade e patriotismo de que deu provas» durante essa campanha.
Durante a sua estada no Hawai e na Califórnia, enviou ao governo português vários estudos, alguns dos quais foram publicados, e que mereceram, em 1929, novo louvor «pela notável inteligência e acerto com que elaborou várias memórias e relatórios sobre assuntos de economia agrícola». Já havia sido louvado em 1918 e 1926.
Ainda jovem, publicou dois pequenos livros de contos (Escarvoadas e Lírios). Tem colaboração dispersa pelos jornais da Horta. Foi membro do Instituto de Coimbra.
Foi Comendador da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial; Comendador da Ordem de Carlos Manuel Céspedes, do governo de Cuba; Cavaleiro da Ordem de Leopoldo da Bélgica; e Cruz de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa. Luís M. Arruda (2006)
Obras. (1901), Escarvoadas: prosa. Horta, Empr. Ed. do Almanach Açoriano [pref. de Manoel Greaves. Na página de rosto aparece datado de 1901 e editado na Horta por Empreza Editora do Almanach Açoriano]. (1902), Lirios: relicário mystico de ingenuidades antigas. Lisboa, Typ. Ferin. (1925), Os vulcões do Hawai. Lisboa, Sociedade de Geografia. (1928), Portugal descobridor, apontamentos respeitantes à descoberta da Califórnia. Lisboa, Tip. da Manutenção Militar. (1921), Notas de Hawai. Coimbra, Imp. da Universidade.
Bibl. Ministério dos Negócios Estrangeiros (1950) [1951], Anuário Diplomático e Consular Português. Lisboa, Imp. Nacional de Lisboa. A Democracia (1920), Euclides Goulart da Costa. 2ª série, 2 de Outubro. Id. (1927), Euclides da Costa. 2ª série, 19 de Julho. O Telégrafo (1927), Um faialense ilustre. 17 de Agosto. A Democracia (1927), Dr. Euclides da Costa. 2ª série, 8 de Outubro. Correio da Horta (1930), Euclides Costa. 18 de Dezembro. Correio da Horta (1932), 23 de Julho. Id. (1934), 5 de Outubro. Id. (1934), 19 de Novembro. Id. (1935), 14 de Fevereiro. Id. (1935), 30 de Agosto.