[N. Matriz, Ponta Delgada, 24.5.1841 ? m. ?, 15.4.1923] Era filho de Francisco Machado de Faria e Maia e de Teresa Clara de Jesus Cardoso Machado de Faria e Maia. Seu pai foi o 1.º Visconde de Faria e Maia, título criado por D. Carlos I por decreto de 16 de Abril de 1891. Casou, em 1873, com Mariana da Silveira Gago da Câmara. Do enlace nasceram seis filhos, dos quais destacamos Jacinto Gago Machado de Faria e Maia e Amâncio Gago da Câmara de Faria e Maia e formou-se bacharel pela Universidade de Coimbra em 1863.
Foi reitor do Liceu de Ponta Delgada, onde exerceu também as funções de professor de Filosofia. Dedicou todos os seus honorários para instituir o «Prémio Faria e Maia», que distinguia os melhores alunos.
Foi o primeiro conservador do registo predial de Ponta Delgada e procurador à Junta Geral do Distrito pelo círculo da Ribeira Grande, em 1895 e foi deputado às cortes monárquicas, durante vários anos, pelo Partido Regenerador. Elevado ao pariato, em 1891, interveio na respectiva Câmara sobre questões de particular interesse para os Açores como, por exemplo, a questão do monopólio do álcool (1891).
Em Coimbra conviveu com alguns dos grandes vultos da sua geração, nomeadamente com Antero de quem foi íntimo amigo, acerca de quem escreveu vários artigos, demonstrando amplas qualidades literárias. Também Antero dedicou alguns versos a seu amigo Francisco, como, por exemplo, o poema «Contemplação», inserto na obra Poesia Completa. Para além dos temas literários, Francisco Machado de Faria e Maia também dedicou a sua atenção a temas sociológicos e jurídicos. Ana C. Moscatel Pereira
Obras principais. (1878), Análise Crítica da Mutualidade de Serviços. (1878), Determinação e desenvolvimento da ideia do Direito ou síntese da vida jurídica. Coimbra, Imprensa da Universidade. (s.d.), O Direito no Evolucionismo Voluntarista.
Bibl. Andrade, M. J. (1996), Políticos Açorianos. Nótulas Biográficas. Ponta Delgada, Jornal de Cultura: 143. Diário dos Açores (1923), Ponta Delgada, n.º 9.335, 16 de Abril. Leite, J. G. R. (1995), Política e Administração nos Açores de 1890 a 1910. O primeiro movimento autonomista. Ponta Delgada, Jornal de Cultura: 60 e Anexos: 15, 29, 67. Supico, F. M. (1995), Escavações. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada, I, II, III.