Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Maia, Jacinto Gago Machado de Faria e

[N. S. José, Ponta Delgada, 7.10.1874 ? m. Paris, 1925] Era filho de Francisco Machado de Faria e Maia e de Mariana da Silveira Gago da Câmara. Em 1920 casou com Katharina Albertina Fritz de quem teve uma filha, Margarida Teresa Machado de Faria e Maia.

Enquanto estudante em Coimbra foi companheiro de Eugénio de Castro, de Manuel da Silva Gaio, Afonso Lopes Vieira, Carlos Mesquita, Thomaz de Noronha, Ruy da Câmara, Freitas Leal, Joaquim José Fernandes, Júlio de Vilhena, do Marquês da Ribeira Grande. No Liceu de Ponta Delgada foi colega de Humberto Bettencourt, Aníbal Bicudo, Rodrigo Rodrigues, José Bruno Carreiro.

Depois de terminada a sua formação foi viver para a Alemanha, onde casou. Cerca de dois anos depois voltou a Portugal, tentando arranjar colocação como professor de alemão. Não conseguindo, aproveitou uma oferta de emprego em África, para ocupar o lugar de notário.

Entre 1914 e 1915, durante o governo de Bernardino Machado, exerceu o cargo de Governador Civil do Distrito de Ponta Delgada.

Era republicano e aceso defensor do desenvolvimento autonómico dos Açores, nomeadamente através de uma melhor representação dos açorianos na Assembleia da República. Por esse motivo, escreveu várias vezes sobre «a união dos açorianos» em torno de um bem comum, lutando contra os imperativos partidários que deixavam de parte os reais interesses da região.

Em Abril de 1891 foi um dos sócios fundadores da Sociedade de Avicultura e Aclimação Micaelense, com instalações na Alameda do Duque de Bragança (Relvão).

Escreveu alguns trabalhos académicos e outros de carácter literário.

Depois da morte da mãe foi viver para o Porto Formoso onde desenvolveu a plantação de espadana. Ana C. Moscatel Pereira

Obras principais.(1924), Em Volta d?Anthero. Ponta Delgada, Oficina de Artes Gráficas. (1908), Os que Voltam. Lisboa, s.e.. (1911), O Capitão Magno. s.l., s.e.. (1897), Synthese da vida económica do Estado. Das energias transformadas pelo Estado. Coimbra, Imprensa da Universidade. (1899), Synthese económica social. Coimbra, Imprensa da Universidade. (s.d.), Rápido Exame da Lei Comercial.

 

Bibl. Cordeiro, C. A. C. (1999), Nacionalismo, Regionalismo e Autoritarismo nos Açores durante a I República. Lisboa, Edições Salamandra: 338. Correio dos Açores (1925), Ponta Delgada, n.º 1.595, 27 de Outubro. Id. (1925), Ponta Delgada, n.º 1.596, 28 de Outubro. Id. (1925), Ponta Delgada, n.º 10.072, 27 de Outubro. Maia, F. A. M. F. (1928), Os Açores: revista ilustrada. Ponta Delgada, Barbosa & Irmão: 1 (Janeiro) ? 30. Menezes, L. M. M. (1992), As eleições legislativas de 1921 e 1925 no Arquipélago dos Açores. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura, Direcção Regional da Cultura: 111-112. Supico, F. M. (1995), Escavações. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada, I, II, III.