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Maia, Mariano Augusto Machado Faria e

[N. Matriz, Ponta Delgada, 21.8.1843 ? m. Lisboa, 14.12.1917] Era filho de José Inácio Machado de Faria e Maia e irmão de Francisco Machado de Faria e Maia, 1.º Visconde de Faria e Maia.

Formou-se bacharel em Matemática pela Universidade de Coimbra em 1864 e seguiu a carreira de engenheiro civil.

Enquanto estudante em Ponta Delgada e depois em Coimbra foi íntimo amigo de Antero de Quental, tendo pertencido à Sociedade do Raio (1861-1862) e ao grupo do Cenáculo. Manteve sempre contacto com Antero através de correspondência e participou, após a morte do poeta, na elaboração do In Memoriam de Antero de Quental com um artigo intitulado «Recordações Queridas».

Mariano Augusto foi durante muitos anos director das obras do porto artificial de Ponta Delgada e, a 18 de Janeiro de 1897, foi nomeado engenheiro-director das Obras Públicas a cargo da Junta Geral. Chegou a desempenhar as funções de director das Obras Públicas na ilha da Madeira. Exerceu também as funções de Inspector Geral das Obras Públicas e Minas em Lisboa. Aquando da sua morte fazia parte do Conselho Superior das Obras Públicas do Distrito de Ponta Delgada.

Foi um activo membro do Partido Progressista, liderado, em Ponta Delgada, por José Maria Raposo do Amaral Jr., tendo sido deputado às Cortes na legislatura de 1858-1859 e na de 1893-1894, pelo círculo de Ponta Delgada. O seu envolvimento na primeira legislatura não é muito claro, uma vez que o seu nome não terá sido a primeira escolha do partido. Já o resultado da sua actividade como deputado naquela última legislatura pode ser observado no opúsculo denominado Breves Considerações feitas na Câmara dos Senhores Deputados, onde se denota, entre outros assuntos, a sua luta em torno da questão da indústria do álcool. Foi um dos deputados envolvidos na concretização do projecto do cabo telegráfico submarino nos Açores, em 1893.

Era sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa e nessa condição, juntamente com outros sócios micaelenses, em 1901, participou numa homenagem que aquela Sociedade pretendeu prestar à memória de Ernesto do Canto (falecido em 1900).

Foi ainda professor provisório no Liceu de Ponta Delgada. Ana C. Moscatel Pereira

Obras principais. (1995), Breves Considerações feitas na Câmara dos Senhores Deputados. Ponta Delgada, Jornal de Cultura.

 

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