[N. ?, 1814 ? m. ?, 22.4.1848] Era o filho primogénito do morgado José Caetano Dias de Medeiros e Canto. Casou, em 1842, com Ana Carlota Leite Botelho de Teive que morreria a dar à luz a única filha nascida do enlace, Margarida Leite do Canto, que casaria, em 1859, com seu tio, Ernesto do Canto.
Quando D. Pedro IV esteve na ilha de S. Miguel ficou hospedado em casa de seu pai, o morgado José Caetano. Escritos deste último relatam os passeios que D. Pedro deu pela ilha em sua companhia e na de seu filho, André do Canto.
Em 1835 foi tenente do Batalhão Provisório das Guardas Cívicas de Ponta Delgada, participando no desenlace da questão da «Revolta dos Calcetas» (23 de Abril de 1835) que ocorreu no Castelo de S. Brás. Em 1841 seria nomeado primeiro capitão do Batalhão de Infantaria de Ponta Delgada criado para substituir as anteriores Guardas Nacionais. Esta iniciativa, porém, não teve execução prática.
Em 1836 esteve envolvido na criação da Sociedade dos Alunos de Direito Público da cidade de Ponta Delgada, na qualidade de «sócio leccionista».
Em 1840, juntamente com João Silvério Vaz Pacheco de Castro e seu irmão José do Canto, elaborou um relatório intitulado Memória sobre a possibilidade e utilidade da construção dum Molhe em Ponta Delgada, publicada no jornal Açoriano Oriental de 15 e 22 de Fevereiro de 1840, repleta de dados estatísticos e argumentativos, bem como de ideias para angariar os fundos necessários, com o que se pretendia viabilizar o início da execução daquela obra. Essa Memória seria apresentada à Junta Geral do Distrito na sessão de 20 de Janeiro desse ano.
No pouco tempo de vida que teve desempenhou altos cargos públicos, como o de Governador Civil, entre 1846 e 1847. Foi sob o seu governo, por exemplo, que se completou a construção do novo cemitério público de Ponta Delgada em S. Joaquim (1844-1846).
O seu governo ficou marcado, também, pelas medidas de filantropia que propiciou. Em Maio de 1847, decorrendo uma grave crise de fome na ilha de S. Jorge, André do Canto, enquanto Governador Civil, nomeou uma Comissão Central de Beneficência com o intuito de arrecadar géneros alimentares para acudir aos necessitados e facilitou a exportação de cereais para aquela ilha.
Tinha um alto interesse pela agricultura e deixou alguns escritos importantes nessa área. Por essa razão, envolveu-se na formação da Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense (11 de Janeiro de 1843; 3 de Maio de 1843), juntamente com seu pai e seu irmão, José do Canto, tendo desempenhado os cargos de vice-presidente e de presidente. Aquando da sua morte, António Feliciano de Castilho, que, em 1848, tomara a cargo a redacção do órgão daquela Sociedade, O *Agricultor Micaelense (1843-1845; 1848-1852), dedicou-lhe um artigo fúnebre nesse mesmo jornal, que, em muitos números, contou quase unicamente com os artigos de André do Canto.
Foi ainda membro da Santa Casa da Misericórdia, Procurador à Junta Geral de Distrito e Conselheiro de Distrito. Ana C. Moscatel Pereira
Bibl. Açoreano Oriental (1848), Ponta Delgada, n.º 691, 22 de Abril. Ibid. (1848), Ponta Delgada, n.º 692, 29 de Abril. O Correio Michaelense (1848), Ponta Delgada, n.º 85, 22 de Abril. Ibid. (1848), Ponta Delgada, n.º 86, 29 de Abril. Maia, F. A. M. F. (1994), Novas Páginas da História Micaelense (Subsídios para a História de S. Miguel) 1832-1895. Ponta Delgada, Jornal de Cultura. Supico, F. M. (1995), Escavações. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada, I, II, III.