Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Moniz, Cristóvão

 [N. Ribeira Grande, S. Miguel, 10.12.1861 ? m. ?, ?] Era filho de António Vitorino Moniz e Máxima Constantino Moniz. Tendo iniciado os seus estudos no Liceu de Ponta Delgada, acabou por formar-se em Agronomia em Lisboa, tendo, depois, exercido funções públicas ligadas à agricultura em vários locais do país.

Em 1887 desempenhou o cargo de agrónomo subalterno no distrito da Horta e em 1889 era chefe de secção da Repartição de Serviços Agrónomos. Em 1910 seria nomeado director do Laboratório de Patologia Vegetal e, no mesmo ano, chefe da Repartição dos Serviços Agronómicos. Desempenhou também os cargos de director-geral dos Serviços Agrícolas, de secretário-geral do Ministério da Agricultura e de director da Estação Anti-Filoxérica do Sul.

Usou também a sua formação para ensinar. Em 1889, seria nomeado professor da Escola Prática de Agricultura de Santarém e, depois, director da Escola Prática de Viticultura de Torres Vedras.

Em 1896, depois de realizar estudos sobre a produção de álcool industrial na cidade de Berlim, estabeleceu-se em S. Miguel para ocupar o cargo de gerente de uma fábrica de destilação.

Em 1902 faria parte de uma comissão encarregue de estudar a possibilidade de criação de uma escola distrital de agricultura, juntamente com Jacinto Leite do Canto Pacheco e Manuel Duarte Silva, estudo esse que seria apresentado à Junta Geral do Distrito de Ponta Delgada.

Cristóvão Moniz exerceu, também, altos cargos públicos. Em 1898 foi eleito procurador à Junta Geral de Ponta Delgada pelo Partido Progressista, representando a Ribeira Grande. Foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte em 1911 pelo círculo de Ponta Delgada e fez parte do Senado nas legislaturas de 1911, 1919 e 1921, como candidato da União Republicana. No âmbito dessas funções defendeu temáticas de interesse para a região, como o lançamento de impostos por parte das câmaras açorianas ou a importação/exportação de milho, e pertenceu a várias comissões internas do Senado, nomeadas para a resolução de questões pontuais. A 9 de Dezembro de 1918 seria nomeado Director Geral das Subsistências, do Ministério das Subsistências e Transportes, aquando da chegada ao poder de Sidónio Pais.

A sua formação na área da agronomia permitiu-lhe escrever vários trabalhos sobre esse tema. Escreveu artigos para o Portugal Agrícola (como é o caso do artigo intitulado «A Cultura do Chá na Ilha de S. Miguel», datado de 1895) e para A Vinha Portuguesa. Ana C. Moscatel Pereira

Obras principais. (1895), A Cultura do Chá na Ilha de S. Miguel. Portugal Agrícola, Lisboa.

 

Fontes. Assembleia da República (Lisboa), Diário das Sessões do Senado da República, 29 de Junho de 1920: 13. Id., Diário das Sessões do Senado da República, 27 de Março de 1914: 19. Id., Diário das Sessões do Senado da República, 20. de Maio de 1914: 16. Id., Diário das Sessões do Senado da República, 20 de Janeiro de 1914: 10.

 

Bibl. Leite, J. G. R. (1995), Política e Administração nos Açores de 1890 a 1910. O primeiro movimento autonomista. Ponta Delgada, Jornal de Cultura: 334-337, 402-403 e Anexos: 29. Marques, A. H. O. (2000), Parlamentares e Ministros da 1.ª República (1910-1926). Lisboa, Assembleia da República: 308.