1 Jornal com a epígrafe «Semanário político, crítico e noticioso» que começou a ser publicado na cidade da Horta a 3 de Dezembro de 1882. Inicialmente noticioso e de crítica, passou a republicano, depois a progressista e por fim à política regeneradora.
Inicialmente, propriedade Francisco S. Garcia Júnior, que também editava, foi comprado pelo Partido Regenerador, interrompendo a publicação entre 11 de Fevereiro (número 9) e 5 de Abril de 1883 (número 10). Nos números 5 a 9 aparece como director Almeida Lima que também redigia com Olímpio Labath Rodrigues.
No editorial do primeiro número, com o título Horta, pode ser lido: «Nós destinamos uma cousa inteiramente diversa: é falar a verdade ao público, por meio deste nosso humilde orgão; arguir o que mereça censura pelo nosso critério, appoiar o que fôr de bom, venha donde vier; defender a causa dos povos, quasi sempre desprotegidos no que respeita aos benefícios, que reclamam e a que tem direito; oppôrmo-nos ás violencias e excessos das auctoridades, sejam ellas quaes forem, sobre factos de cuja verdade tenhamos convicção».
Formato 32 cm x 21,5 cm, 4 páginas, 2 colunas, inclui editorial com o título genérico Horta, outros artigos de opinião, notícias locais e anúncios. Por vezes inclui um «Folhetim».
Impresso na tipografia da rua de D. Pedro IV, 33 (números 1 e 2), na Typ. Fayalense da Alameda da Glória, 8 (números 3 a 9), voltou a ser impresso na rua D. Pedro IV, 33, na Typ. do *Regeneração, desde 5 de Abril até 5 de Setembro, e por fim na Typ. de V. A. L. S., nesta última rua e número.
Foi publicado, pelo menos, até 19 de Setembro de 1883. Luís M. Arruda
2 Jornal satírico de Ponta Delgada, iniciou a sua circulação a 10 de Setembro de 1883, saindo às quartas-feiras. Era seu redactor principal Armando Krupp e os seus colaboradores eram referenciados com nomes como «Pompeu Relampago» ou «Estevão Corisco». Foram seus editores Venâncio de Sousa Benevides e Mariano José da Silveira. Imprimiu-se na Tipografia Michaelense, na rua da Mãe de Deus, n.º 15, até Outubro, data em que a Tipografia e o escritório da redacção mudaram-se para a rua Direita da Fonte, n.os 31 e 33.
No seu primeiro número, O Raio afirmava que nada queria «d?essa fedorenta bagagem dos jornalistas torpes [...] que affrontam a verdade e enfeitam de ouropeis a mentira» e associava-se a jornais como a Época, o Eco ou a Ventosa.
Jornal de facção republicana, «democrata de convicção» vinha à luz do dia na defesa da verdade e da democracia, porém, criticando «pseudo-republicanos, intrujões mascarados que fazem rir» e que não passavam «d?uns farçantes enfatuados».
Afirmava-se «filho de um propósito firme e inabalável», fruto do «asco que nos produz o quadro de torpezas que ahi se desenrolam à nossa vista, n?esse charco de infamias chamado monarchia constitucional».
Longe de ser um jornal que se ficava somente pela propaganda política, O Raio apelou várias vezes à «revolução» por forma a «caminhar mais depressa», dizendo que «a paz podre em que vivemos é pior que a guerra» e usando frases como «jaquetas, filhos do Povo, para a frente é que é caminho». Mas nunca deixou de fazer as devidas críticas aos próprios movimentos revolucionários de então, afirmando que muitos eram apenas «anarchistas hypocritas que se dizem ordeiros sem o serem».
A sua capacidade de análise apelava ainda para a união das classes operárias como o caminho para uma «nova vida», «melhores proventos» e respeito. «A falta de união nas classes proletárias d?esta ilha é que determina a fraqueza d?ellas para resistirem às prepotências dos grandes proprietários». «A união faz a força».
Periódico de vida efémera, só publicou cinco números, terminando a 7 de Outubro de 1883. Ana C. Moscatel Pereira
Fonte. 1 Colecção existente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional da Horta.
Bibl. 1 Imprensa Periódica nos Açores (1982), In Arquivo dos Açores. Ponta Delgada, Universidade dos Açores, VIII: 485-556. Lima, M. (1943), Anais do Município da Horta. Vila Nova de Famalicão, Oficinas Gráficas Minerva. 2 Imprensa Periódica dos Açores (1982) In Arquivo dos Açores. Ponta Delgada, Universidade dos Açores, VIII: 485-556. O Raio (1883), Ponta Delgada.