Angra do Heroísmo
Património Mundial e Local: da preservação ao uso
Neste número, abordamos e privilegiamos o património construído, reportando-nos essencialmente ao quotidiano das cidades e à sua gestão, a propósito de uma cidade incomparável e única no panorama insular – Angra do Heroísmo. Para muitos, as cidades serão unicamente um conjunto de edifícios agregados por quarteirões, separados por arruamentos e praças, com mais ou menos elementos de atratividade e importância relevante, simbólica. Cada um desses edifícios tem a sua estrutura, tipologia, imagem, constituindo-se como uma unidade fragmentária que poderá ser, eventualmente, substituída e alterada.
Texto: Nuno Ribeiro Lopes
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Prémio APOM e Gestão de Património
Reconhecer e Reconhecimento
Editorial: Nuno Ribeiro Lopes|Diretor Regional da Cultura
Este projeto editorial, como qualquer outro, vive de, e para, os seus leitores. Deles esperamos sinais que nos façam continuar, melhorar, infletir, porventura corrigir caminhos traçados. Qualquer distinção a ele atribuída significa reconhecimento público e, como tal, será sempre recebida com agrado e orgulho.
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Lista do Património Mundial e inscrição de Angra do Heroísmo
Manufatura de realidades
Texto: Ana Paula Amendoeira|Presidente do Conselho Internacional para os Monumentos e Sítios (ICOMOS) – Portugal (2011-2016)
Fotos: Direção Regional da Cultura
A inscrição de um bem na lista do Património da UNESCO é sempre um momento de celebração porque o espelho do mundo nos devolve a importância, o valor e a excecionalidade do significado histórico e cultural, no caso de Angra, de uma cidade no centro matricial daquilo a que hoje chamamos mundo globalizado, de uma primeira rede entre continentes que assim funcionou durante séculos.
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Uma leitura
Angra, Memória e Recurso do Mundo Atlântico
Texto: Francisco dos Reis Maduro-Dias|Instituto Histórico da Ilha Terceira
Fotos: José Guedes da Silva|DRC|DSP|Divisão do Património Móvel, Imaterial e Arqueológico
Mais que um sítio apenas para visitar e contemplar, Angra é e deve ser um recurso a usar para a construção do nosso existir contemporâneo e para a correta inserção do que somos no que nos rodeia, envolve e relaciona.
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História, herança e memória
Angra no primeiro plano
Texto: Antonieta Reis Leite|Arquiteta
"(...) quando olhamos para a história recente de Angra, não podemos deixar de perguntar para quê e para quem, há menos de 40 anos, se reconstruiu uma cidade inteira no conjunto dos seus edifícios e infraestruturas? Esquecemo-nos de que, apesar dos seus 500 anos, Angra é, em muitos aspetos, uma cidade jovem."
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Velhas questões e novos caminhos
Que futuro para o nosso património urbano?
Texto: José Aguiar|Professor da Faculdade de Arquitetura|Universidade de Lisboa
"O problema [da conservação hoje] transladou-se para a gestão, desfruto e obtenção de benefícios com o património. Se é legítimo aceitar a prioridade de que "restaurar é um fim em si mesmo", daqui passa-se frequentemente ao uso e abuso do património não já como um produto cultural, mas sim como um produto industrial para o qual estão muito atentos alguns setores só interessados na sua exploração económica."
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Respiguei da minha História
Quem quer um Centro Histórico
Texto: Alexandra Gesta|Arquiteta
Fragmentos de texto, ideias, imagens do projeto de 25 anos a Pensar a Cidade.
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De 1977 a 2001
Gestão Autárquica no Município de Évora
Texto: Abílio Dias Fernandes|Economista
Fotos: Nuno Ribeiro Lopes
"Em Évora, a política social, cultural, ambiental e económica contribuiu para criar o ambiente de participação na vida local de todos os estratos sociais, apesar das suas diferenças e condições de classe."
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O caso da Universidade de Coimbra
Desafios e estratégias para a salvaguarda e valorização do património construído
Texto e Fotos: J. Raimundo Mendes da Silva|Engenheiro Civil|Professor Associado da Universidade de Coimbra
"(...) a inscrição da Universidade de Coimbra – Alta e Sofia na lista do Património Mundial ocorreu em junho de 2013, depois de cerca de 10 anos de preparação técnica e científica (...)."
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Depois do terramoto de 2009
A restauração dos edifícios no Abruzzo
Texto e Fotos: Claudio Varagnoli|Departamento de Arquitetura|Universidade de Chieti-Pescara (Abruzzo-Itália)
"Situado numa das praças mais representativas de L’Aquila, o palácio Ardinghelli é o resultado de um programa significativo, começado anos após o terramoto de 1703, de renovação e unificação de propriedades existentes, algumas das quais remontam à época dos séculos XIV-XV da cidade."
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Na área dos Açores
Dorsal Média-Atlântica na Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial da UNESCO
Texto: Filipe Mora Porteiro e Gilberto Carreira|Direção Regional dos Assuntos do Mar; Nuno Ribeiro Lopes|Direção Regional da Cultura
"A Região Autónoma dos Açores submeteu recentemente, à Comissão Nacional da UNESCO, a Dorsal Média-Atlântica, um bem natural a integrar a Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial da UNESCO. A candidatura, apresentada no quadro da Convenção da UNESCO para a Proteção do Património Mundial, Cultural e Natural, foi aprovada em maio de 2016. Refira-se que a Convenção recomenda que os Estados atualizem a cada 10 anos a sua Lista Indicativa e, neste processo, foram aprovados 22 bens para a totalidade do território nacional."
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Museu de Angra do Heroísmo
A História Militar e a Coleção de Militaria no antigo Hospital Militar da Boa Nova
Texto: Jorge A. Paulus Bruno|Diretor do Museu de Angra do Heroísmo
"o que coloca o MAH em destaque ao nível nacional é a sua extensa coleção no domínio da militaria, que, por si só, poderia constituir um museu temático na primeira linha dos museus militares portugueses. Aliás, é o único museu não integrado no Ministério da Defesa com uma coleção de significativa dimensão nesta área, representando não só os três ramos das Forças Armadas, como também as forças paramilitares, nomeadamente a Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana."
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Exposição
Os Homens, as Armas e a Guerra - da Flecha ao Drone
Texto: Heliodoro Silva, Cátia Sousa, Rossella Toma|DRC|Museu de Angra do Heroísmo
Fotos: Paulo Lobão|DRC|Museu de Angra do Heroísmo
A exposição Os Homens, as Armas e a Guerra – da Flecha ao Drone retrata o paralelismo existente entre a evolução das armas e a história da humanidade, mostrando uma visão da guerra, desde a sua origem até aos nossos dias, em que se passa das lutas corpo a corpo, com armas pouco sofisticadas, para guerras complexas, travadas com drones, e incita à reflexão sobre a guerra e as questões éticas a ela associadas.
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Manuel Coelho Baptista de Lima
Um colecionador profissional
Texto: Maria Manuel Velasquez Ribeiro|DRC|Museu de Angra do Heroísmo
"Evocar Manuel Coelho Baptista de Lima – o primeiro diretor do Museu de Angra do Heroísmo – e o seu papel no âmbito da documentação e proteção da memória regional constitui-se, também, como exercício de reflexão sobre as condições e as modalidades da defesa patrimonial desenvolvidas nos Açores, e particularmente na Terceira, durante o século XX."
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Memória e história
O Hospital Real da Boa Nova
Texto: Francisco dos Reis Maduro-Dias|DRC|Museu de Angra do Heroísmo
"Em 1642, tinha o Hospital capela, enfermaria e estufa (...). Tinha, também várias oficinas: cozinha, botica, gabinetes para o médico, cirurgião, sangrador, serviços administrativos e alojamento para o mordomo, horta e quintal."
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Marcolino Candeias
Poeta de compromissos inadiáveis
Texto: Álamo Oliveira
Fotos: DRC|Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo
"Homem solidário e lutador das grandes causas sociais, Marcolino Candeias é poeta de uma escrita ampla e profunda, desenhador de aspirações e inspirações criativas. Os seus poemas, oficinados até à perfeição, constituem a síntese da sua própria vida – vida que partilhou não só com os que lhe eram mais chegados, mas, sobretudo, com os desamados da sorte e do infortúnio. Por isso, continua-se sem saber qual é a relação que a vida mantém com a poesia."
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Os Desafios de uma Exposição
Reinventar
Texto: José-Luis Porfírio|Curador
Fotos: Rui Soares|Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas
Não é por acaso que as obras escolhidas para abrir a exposição nos falam de um contínuo recomeço, "Sísifo", e de uma contínua destruição, "Transformações – Livro de Letes", porque o recomeço, o trabalho do tempo e, até, um distraído abandono da obra passada sempre em proveito de um projecto de futuro, marcam continuamente este trabalho.
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Ana Vieira
A poética da perda - uma reflexão sobre o político
Texto: Paulo Pires do Vale|Curador
Fotos: Rui Soares|Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas
"As obras de Ana Vieira são anacoréticas1. Não por se retirarem do contacto com outros, mas por parecerem estar em retirada de si mesmas. São dádivas no modo de perda. Em abandono, em fuga, em exílio."
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Entrevista
Um projeto museográfico é a procura de um espaço poético verosímil, mas polissémico
Texto: Humberta Augusto|Direção Regional da Cultura
Fotos: Mariano Piçarra|Fundação Calouste Gulbenkian
Mariano Piçarra, licenciado em Design de Equipamento pela Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa, desenvolve, desde 1986, a sua atividade profissional na Fundação Calouste Gulbenkian. O designer premiado1, reparte-se entre o ensino, enquanto assistente na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, desde 1995, a fotografia e a criação expositiva. À CulturAçores, o especialista fala na necessidade de se criarem soluções museográficas que ultrapassem os modelos dicotómicos do excesso ou do minimalismo. É neste limite que gosta de trabalhar, na busca de um espaço poético verosímil, mas polissémico.
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Prémios Culturais
Fotografia, Cinema e Audiovisual em 2015
Texto: Humberta Augusto|Direção Regional da Cultura
Quarenta e cinco obras de trinta e sete artistas estiveram em competição nos concursos aos Prémios Culturais de Fotografia "Christiano Júnior" e de Cinema e Audiovisual "Ayres d’Aguiar", promovidos pela Secretaria Regional da Educação e Cultura, através da Direção Regional da Cultura.
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Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas
Prémio FAD de Arquitetura 2016 distingue coerência entre passado, presente e futuro
Texto: Direção Regional da Cultura
Fotos: José Campos
O Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas foi distinguido pelo Prémio FAD de Arquitetura 2016, concedido anualmente pela Associação espanhola Arquinfad.
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Prémio APOM 2016: "Melhor Trabalho na Área da Museologia"
CulturaAçores revela características e práticas museológicas inovadoras
Texto: Humberta Augusto|Direção Regional da Cultura
Fotos: Associação Portuguesa de Museologia – APOM
A CulturAçores – Revista de Cultura foi distinguida pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) com o prémio "Melhor Trabalho na Área da Museologia" em 2016. O vice-presidente da APOM, Pedro Inácio, refere que a informação artística e cultural da edição publicada pela Direção Regional da Cultura revela características e práticas museológicas inovadoras e originais no nosso país. O galardão, entregue a 3 de junho de 2016, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, releva o papel da CulturAçores ao nível da divulgação e comunicação da cultura açoriana.
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Edições e eventos
"Cultura Açores" na 86.ª Feira do Livro de Lisboa
Texto e Fotos: Direção Regional da cultura
Mais de seis centenas de títulos e cerca de dois mil artigos estiveram disponíveis no Pavilhão "Cultura Açores" no âmbito da 86.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, decorrida de 26 de maio a 13 de junho, no Parque Eduardo VII.
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Temporada Artística 2016
Fins de semana temáticos
Texto: Direção Regional da Cultura
Estruturada em ciclos temáticos, a Temporada Artística 2016, promovida pela Direção Regional da Cultura, dá enfoque a diversas áreas de criação cultural a cada fim de semana, com presença em todos os concelhos açorianos.
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37.25 e Quorum Ballet
O Lago dos Cisnes - Em perfeita inquietação
Texto: 37.25 Núcleo de Artes Performativas e Quorum Ballet
Como fazer prender o público a uma narrativa que se baseia no caos de um asilo, com bailarinos sem as radiosas sapatilhas de pontas, descalços, que se expressam pelo chão do palco, que se riem desalmadamente, que se coçam e que se cheiram, quando o esperado nada mais é do que um manto de elegantes e flutuantes tutus brancos?
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Património Baleeiro Móvel dos Açores
Da classificação e recuperação à intensa utilização
Texto: José Decq Mota|Membro da Comissão Consultiva do Património Baleeiro Regional
Fotos: Domingos São Pedro
"(...) passou-se da fase da utilização desportiva do que restava de botes e lanchas, para a fase de (...) fazer dele um instrumento vivo de preservação da memória coletiva e realizar uma atividade desportiva, em vela e remo, que fosse socialmente muito envolvente, desportivamente muito válida e que tivesse a consequência cultural de consagrar, no presente e no futuro, a excecional embarcação tradicional que é o bote baleeiro açoriano, bem como as lanchas da baleia."
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Em Santa Cruz das Flores
Conservação e restauro do teto da capela-mor da igreja do Convento de São Boaventura
Texto: Ana Nascimento e Raúl Gregório|DRC|DSP|Divisão do Património Móvel, Imaterial e Arqueológico
Fotos: DRC|DSP|Divisão do Património Móvel, Imaterial e Arqueológico*
O Convento de São Boaventura, em Santa Cruz das Flores, onde se encontra instalado o Museu das Flores, é uma das marcas da presença franciscana nos Açores, e assume a forma que hoje conhecemos no decurso de alterações ocorridas no séc. XVIII.
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Menos é mais
Refletir a edificação - em alvenarias
Texto e Fotos: J. Raimundo Mendes da Silva|Engenheiro Civil|Professor Associado da Universidade de Coimbra; Romeu Vicente|Engenheiro Civil|Professor Associado da Universidade de Aveiro; Tiago Ferreira|Engenheiro Civil|Investigador da Universidade de Aveiro.
Quando uma solução construtiva e tecnológica atravessa gerações, séculos e milénios, culturas e civilizações, climas e continentes, deve merecer, não só o nosso respeito, mas, sobretudo, a nossa curiosidade sobre as muitas mais-valias que certamente terá e que lhe permitiram atravessar todas essas fronteiras, adaptando-se aos recursos naturais existentes e ao modo de vida de cada povo e de cada época, e mantendo a essência e um mesmo nome de família. É o caso das alvenarias.
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Títulos DRC
Edições
O Arquipélago dos Açores no Século XVII – Aspectos Sócio-Económicos (1575-1675) – Obras de Maria Olímpia da Rocha Gil, Vol. II e o catálogo da exposição Caminhos do Chá, realizada pelo Museu Carlos Machado, são os dois títulos, editados pela Secretaria Regional da Educação e Ciência, através da Direção Regional da Cultura, em destaque na presente edição.
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